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Madalena

Madalena

de Natália Gregorini

 

Madalena é a história de uma avó, contada por sua neta. Mas, este não é mais um livro de avós, ao contrário. Escrevendo entre imagens, palavras, cores e muitos silêncios, em seu primeiro livro ilustrado, Natália Gregorini constrói essa personagem, cujos passos podemos ouvir ao longo da história, ora pesados, ora tão leves quanto os da menina. A cada virar de página, se revela um livro em que tudo é semente e encantamento, um livro de começos e trajetos, de reconhecimento e memória.Em um cenário que se constrói e reformula, Madalena discorre sobre o tempo, que faz sentir passar no universo construído na relação entre avó e neta. Enquanto o azul da menina impregna o mundo da avó, esse mundo impregna o leitor e o transporta a memórias pessoais, reais ou desejadas; o laranja, que do azul é cor complementar, surge introduzindo paulatinamente o amadurecimento da menina. E não à toa – porque nada neste livro é à toa – é essa a cor da capa do livro, em que o azul aparece apenas para emoldurar a memória de outro tempo.Utilizando a técnica de gravura em embalagens cartonadas (tetrapack), já na primeira sequência o processo de construção do livro é deflagrado: as marcas da embalagem desenham a casa, o espaço que contém memórias, descobertas e tanto das histórias dessas duas mulheres. De acordo com a professora e artista Luise Weiss, “A escolha da técnica não ocorreu por acaso, e tampouco por modismos. Trata-se de técnica híbrida, entre a gravura em metal (ponta seca), desenhos, recortes e montagens. A matéria-prima, cartolina de embalagens longa vida, explicita a sua fragilidade, impossível fazer edições grandes. Simultaneamente possui agilidade, permitindo recortes e montagens. Assim, a escolha dos materiais dialoga com a busca da poética do livro ilustrado: caminhos entre espaços e tempos, marcados pelas cores azuis e laranja. Percursos entre memórias e vivências”.De pequenas dimensões, o livro, como a moldura da capa, cabe entre as mãos. É como segurar uma relíquia, que quanto mais olhamos, mais percebemos o valor. E, assim, a cada leitura, Madalena nos revela algo, um ovo, a primeira palavra, como se ao entrar na casa, acompanhando a menina e avó, adentrássemos a vida íntima daquela família. O livro é um objeto que revela um mundo íntimo guardado entre as capas onde o tempo e espaço se encontram. Em Madalena, o tempo é matéria e nos relata como se constrói o olhar, transformando saberes em descobertas, emprestando memórias, inventando mundos. Madalena é uma avó e tantas ao mesmo tempo. E assim fala da infância e da velhice, de encontros e da persistência das memórias que alargam as coisas mais simples na vida.
Madalena é o primeiro livro autoral de Natália Gregorini e a primeira produção nacional da editora Livros da Matriz.

  • Sobre a autora:

    Natália Gregorini nasceu em Vilhena, em Rondônia, e já morou em vários lugares até chegar em Campinas, SP, onde fez graduação em Artes Visuais na Unicamp. Ainda durante a graduação cursou um ano na Universidade do Porto, em Portugal, onde estudou ilustração e técnicas de impressão. Lá aprendeu que as embalagens longa vida poderiam ser matrizes para gravura e que essa técnica não só servia para ilustrar como possibilitava a criação de narrativas de uma forma muito diferente, pois as matrizes desse tipo de embalagem poderiam ser recortadas e montadas, como num jogo de contar e recontar histórias. Fez mestrado no Instituto de Artes da Unicamp, sob a orientação da professora Luise Weiss. O processo de criação de Madalena  foi seu objeto de pesquisa.

  • Madalena

    texto e ilustração: Natália Gregorini

    56 páginas

    4 x 4 cores

    15 x 15 cm

    isbn 988-85-66344-41-7

     

    Livro-álbum

    para leitores de todas as idades

R$48,00Preço
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